ENTRELAÇAMENTOS
Fios que se encontram e se unem, de forma simétrica ou aleatória, para formar um tecido de histórias, experiencias, até que os atritos, o uso e o desgaste os soltem. Fragmentos carregados de memórias que se perdem de maneira irreparável.
É a vida, dirão.
De que vida estamos falando?
Dos organismo presos nas redes jogadas aos mar diariamente, fruto do trabalho coletivo, árduo, que vai muito além da romantização estética das redes sociais, exigindo união, estreitamento de laços e ligação profunda com o meio ambiente?
Ou a das pessoas que veem suas relações definharem através de uma tela?
Entrelaçamentos vem dar continuidade ao meu trabalho relacionado ao Mar, no qual me foquei na observação do encontro entre céu e mar.
Aqui, mergulho nas profundezas de um mar que me acolhe, que sei cheio de vida mas que escolho admirar apenas na beleza de seu movimento, cor e em uma intervenção humana: as redes, que estão representadas inteiras ou fragmentos, movem-se como o mar, assumem formas, dançam no silêncio azul.
Enquanto trabalhava, as reflexões sobre questões ambientais e redes sociais foram minhas constantes companheiras, assim, deixo um espaço para que, ao acompanhar o trajeto das obras, cada expectador também pense sobre seus próprios entrelaçamentos.